É na escuridão desta noite, tão sombria, tão negra, que me encontro deitado na proa de um navio. Os meus sentidos apenas alcançam o ressoar das ondas na quilha do navio, a imponência dos mastros erigidos ao céu, céu este nada mais do que um pano de fundo negro polvilhado de pontos brancos. É então que me apercebo da limitação dos meus sentidos afinal, será isto a realidade? O que vejo, o que ouço qual o sentido? Será mais importante do que aquilo que eu sinto? É então que olhando de novo para a imensidão destes pontos brancos vejo a humanidade na procura de um caminho, e em cada ponto vejo um caminho diferente seguido por cada um e então de uma forma quase de humor, mas também de angústia vejo a multiplicidade de caminhos seguidos por todos estes filhos. Vêem um pano preto e é então que seguem o primeiro ponto de luz que encontram. Porque julgam que aquele branco é a luz, porque julgam que aquela luz é o caminho e porque encontram o caminho tão facilmente, tão rapidamente, tão depressa tão facilmente, tão rapidamente, tão depressa largo é o caminho! Largos são os caminhos! Largos são estes múltiplos caminhos Sigo, prossigo e contínuo procuro o caminho, procuro a minha estrela. Não procuro a estrela mais brilhante, não procuro a estrela mais bonita, não procuro aquela que pareça maior aos meus olhos, nem procuro a mais humilde, porque isso, isso seria hipocrisia procuro aquela que realmente me indique o caminho. Procuro a estrela da luz, da luz verdadeira! Não aquela que brilha aos nossos olhos como um tesouro, como algo encontrado com demasiado valor, algo tão precioso que nos cega de ambição. Não Algo sereno, algo puro, algo limpo, algo tão desvalorizado neste mundo secular. Mas que é mais valioso do que tudo aquilo que é precioso aos nossos olhos seculares. Algo tão maravilhoso, tão magnânimo, com tanto esplendor que as palavras não conseguem alcançar. Procuro o caminho, procuro a verdade, procuro a vida (por João Costa)